O SISTEMA DE COTAS NAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS: UM ESTUDO DE CASO NO INSTITUTO DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DA UNESP DE SOROCABA
Resumo
Mesmo com a aprovação da Lei de nº 12.711/2012 (posteriormente regulamentada pelo
Decreto nº 7.824/2012) que dispõe sobre o ingresso nas universidades federais e nas
instituições federais de ensino técnico de nível médio e dá outras providências (BRASIL,
2012) assim como a Portaria Normativa nº 18/2012, do Ministério da Educação, que
estabelece os conceitos básicos para aplicação da lei (BRASIL, 2012), ainda há discussão se
as cotas sociais e raciais são válidas ou não. A análise elaborada para este trabalho procurou
focar em uma análise quantitativa através de dados e comparações. Cabe salientar que a
maioria dos estudos sobre este tema apresenta uma visão fragmentada sobre o assunto, ou seja,
uma visão específica sobre cada universidade, esta pesquisa poderá servir para preencher mais
um espaço nessas lacunas fornecendo base para futuros estudos. O presente estudo se
concentrou em analisar o aproveitamento acadêmico e a evasão escolar no Instituto de Ciência
e Tecnologia da Unesp, Câmpus de Sorocaba, em seus 2 cursos de graduação, sendo eles:
Engenharia Ambiental e Engenharia de Controle e Automação, no período compreendido de
2003 até 2018. A partir das análises percebeu-se que a média dos coeficientes de rendimentos
dos alunos cotistas, mais precisamente no primeiro ano, é inferior à média de um aluno não
cotista. Fato este justificado pelas matérias iniciais de um curso de Engenharia que demanda
que o aluno já tenha uma bagagem educacional. No decorrer do curso, essa discrepância é
sanada e muitas vezes o coeficiente de rendimento (CR) ultrapassa ao de um aluno não
cotista. Percebeu-se também que a evasão escolar nos primeiros anos é considerada alta, tanto
para os alunos cotistas como para os não cotistas, podendo ser justificada por problemas
financeiros, afinidades com o curso e/ou problemas de relacionamento. Por fim, esses dados
sugerem que o Sistema de Cotas é necessário para que haja uma pluralidade e diversidade nas
universidades públicas brasileiras, gerando mais oportunidades para todas as etnias e classes
sociais.